Virtude Moral


A Essência Da Virtude Moral




A importância da relação entre a disposição e o conceito de mediedade em Aristóteles representa a essência da virtude moral. Este termo às vezes é traduzido por “meio­-termo, justa medida”.
No caso de Aristóteles, a expressão adquire uma importân­cia ainda superior que nos filósofos anteriores, ao ponto de ser considerada a regra áurea do agir moral: “nada em excesso”.









A virtude é a busca da harmonia ditada pela razão entre as emoções extremas:
experimentar estes sentimentos no momento certo, em relação aos objetos certos e às pessoas certas, e de maneira certa, é o meio termo e melhor, e isso é característico da excelência (ARISTÓTELES, EN II 5, 1106b20-23)
Como um arqueiro visa o alvo, o agente visa o objetivo longe dos excessos, isto é, visa a excelência. Este ponto é importante. O meio termo não deve ser confundido com a mediocridade. O meio termo é uma mediedade que, do ponto de vista moral, corresponde à excelência.
Ao afirmar que uma das partes irracionais da alma é capaz de “ouvir” a razão, Aristóteles apresenta a diferença entre um mero desejo e um desejo racional:
depois de ter adquirido razão, haverá uma diferença no seu modo de agir e sua disposição, e, apesar de conti­nuar semelhante ao que era, passará a ser virtude no sentido estrito. (ARISTÓTELES, EN VI, 13, 1144b12-13).



A Sabedoria Prática e Sua Excelência





“uma disposição prática, acompanhada de razão ve­raz, em torno do que é bem e mal para o homem.” (ARISTÓTELES, EN VI 1, 1139a5)
Aristóteles enfatiza que a excelência da razão prática é a capacidade de deliberar bem acerca daquilo que é bom para o homem. Daí, o filósofo consegue enxergar a relação essencial entre a parte irracional da alma e suas virtudes e a parte racional da alma e suas virtudes.
Só a intervenção da sabedoria prática torna a virtude “virtude própria”. Esta nos permite distinguir uma ação que parece virtuosa de outra que é realmente virtuosa.
para alguém ser bom é preciso ter uma certa dispo­sição quando pratica esses atos, isto é, a pessoa deve praticá-los em decorrência de uma escolha e visando aos próprios atos. (ARISTÓTELES, EN VI 12, 1144a20).






Nenhum comentário:

Postar um comentário